A densidade das populações de mosquitos que podem envolver riscos para a saúde em Portugal, nomeadamente através da transmissão de doenças tropicais como a malária, dengue, a febre do Nilo Ocidental e a dirofilariose (verme que ataca o coração) aumentou quatro vezes nos últimos dois anos.
"Das 40 espécies de mosquitos que existem em Portugal", há quatro que devem ser alvo de uma vigilância mais apertada. A razão é simples: "As doenças tropicais regressaram à Europa e Portugal não está imune". Foram registados casos de dengue na Croácia e no sul da França. Itália e Grécia, Rússia e Israel estão a lutar contra o vírus do Nilo, que provoca febres altíssimas. E mais recentemente, o mosquito-tigre (Aedes Albopictus), vindo do sudeste Asiático e que transmite a chikungunya – febres altas e dores intensas nas articulações – foi detectado na Europa, com a Itália a registar 200 casos. Aproxima-se de Portugal vindo de Espanha, uma vez que já foi detectado em Barcelona.
VÍRUS DO NILO NA GRÉCIA
Foram registados, até agora, na Grécia 18 casos de pessoas com febre do Nilo. Segundo dados do Centro para Prevenção e Controle de Doenças Europeu, cinco destes casos foram diagnosticados no sul de Atenas. Na Grécia, o vírus do Nilo foi detectado pela primeira vez em 2010: 262 pessoas contraíram a doença e 35 morreram. Segundo o professor e investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, esta é uma situação preocupante porque a doença não está a ser levada para a Grécia, mas a ser contraída lá, o que significa que os mosquitos autóctones têm a doença. As hipóteses de contágio para outros países aumentam, nomeadamente com o turismo.
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